sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

“O meu corpo viraria sol, minha mente viraria, mas só chove, chove, chove, chove...”

Anteontem fui ao Festival de Verão de Salvador.
Primeiro dia de Festival, eu e Gu compramos os ingressos do Camarote Seda no 1º lote, no escuro, eu ainda nem sabia quais seriam as bandas.
Mas eu confiei que o primeiro dia sempre é ótimo.
Não me decepcionei.
Perdi o show do Voa Dois (nunca assisti), cheguei no meio do show da Banda Eva.
E depois, ah, depois...
Capital Inicial.

Fui com Gu até pertinho do palco, o que aliás é uma das duas boas razões de comprar o ingresso do camarote, que é mais caro que todos os dias na pista: assistir ao show de pertinho sem confusão (a segunda é que é o lugar onde encontro os amigos e conhecidos).

Dinho Ouro Preto já entrou no palco sem camisa, estava lindo, ele só melhora com o tempo, o que era aquele sorriso e aquele corpo?, eu queria comentar com alguém isso, mas só Gu estava comigo e eu sei que ele não ia ligar mas eu quis respeitar, então só comentei dos dentes de Dinho, tão lindos, tão brancos... ele perguntou “os dentes?”, acho que ele não acreditou no meu comentário, mas eu respondi que a primeira coisa que eu reparo numa pessoa são os dentes (e é verdade).

Dinho parecia que realmente estava curtindo cantar ali. O show foi tudo o que eu poderia querer.
Mas na hora que começou a tocar “Primeiros Erros”, aí sim eu me senti realmente abençoada.
Eu cantava com vontade, meio que delirando ali na platéia. Passou uma novelinha da minha vida na minha cabeça, com os meus primeiros erros...
A minha música favorita no mundo, eu só agradecia mentalmente a Kiko Zambianchi por ter composto e ao Capital Inicial por ter regravado e me proporcionar aquele momento...

Foi a música mais demorada do show.
No final da música Dinho parou para conversar com a platéia e ficava só aquele fundo musical... uma coisa linda, aí ele pediu para todo mundo cantar com ele, e naquele último refrão “chove, chove”, começou a chover...

Uma coisa surreal. As pessoas olhavam para o céu chovendo, para os lados e para o palco, nem o próprio Dinho estava acreditando que aquilo estava acontecendo.

E aí começaram os acordes da próxima música e a chuva passou como um passe de mágica. Gu disse que parecia chuva cenográfica.

Nessa hora Dinho expressou em voz alta tudo o que passava na minha cabeça: “Assim como a chuva começou, acabou. CARALHO!!!”

Foi muuuito lindo.

E aí veio a música que quando eu li a letra pela primeira vez eu me identifiquei, que parece que foi escrita para mim (Não Olhe Pra Trás), e que naquele momento respondeu as minhas dúvidas, e depois tocou o meu segundo pedido mental: Natasha. Me acabei de dançar. O show ainda continuou, eu perdi a noção do tempo, eu não queria que acabasse nunca...

Se tivesse demorado mais meia hora eu não ia mais ter voz.

Depois até Ivetinha para mim não teve mais tanta graça, e olha que sou louca por ela. Mas competir com aquilo que presenciei não dava não.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Dementadores

Neste momento, eu sinto como se houvesse algum dementador* aqui ao meu lado, sugando toda a minha alegria, e me sinto como se nunca mais pudesse voltar a ser feliz de novo.

Tá, eu sou dramática, o que aconteceu não é motivo para tudo isso...

Quase quatro anos de namoro, o melhor relacionamento que já tive até hoje, a melhor pessoa que já conheci, o maior amor da minha vida.

Eu sou briguenta, ele não é. Nós brigamos na sexta.

Nunca mais tínhamos brigado assim. Eu achei que o tinha perdido. Mas é tanto amor, e ele voltou no mesmo dia.

E se já está tudo bem entre nós, porque eu continuo triste?
Simples. É incrível como ele sempre faz com que no final, não importa o motivo da briga, eu fique me sentindo culpada. No final ele sempre me convence de que a culpa foi toda minha.

* Dementadores - para quem não leu os livros de Harry Potter, são seres que sugam a felicidade de uma pessoa, se alimentam das suas lembranças. Um beijo de um dementador suga por fim a alma da pessoa.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada

Durante quase toda a minha vida tive cabelos compridos.
Só uma única vez eu resolvi cortar mais curto, mesmo assim não tão curtinho, nada de joãozinho – NUNCA – era mais um chanelzinho. Nesta época pela primeira vez na vida tomei sol na nuca sem estar com o cabelo preso. Depois deixei crescer. Acho que cabelo curto não combina comigo, nem com meu rosto.
Assim como eu acho que só combina comigo ser morena (em todas as tentativas de ficar loira eu me arrependi e voltei rapidinho), combina comigo cabelão.
Mas tem um mês mais ou menos que só penso em cortar a cabeleira. Decidi fazer isto após o Carnaval.
Mas não é nada dessa moda Victoria Beckham que se vê por aí, nada de modismos nos meus cabelos. Eu já sei exatamente o corte que quero e o “meu viado” é quem vai cortar.

O “meu viado” é como eu chamo carinhosamente meu cabeleireiro. Ele faz a minha sobrancelha há anos, nisso eu sou completamente fiel a ele. Já nos cabelos nem tanto, já cortei com outros, mas acabo voltando para ele.

Toda vez que corto o cabelo é a mesma ladainha. Chego ao salão empolgada, saio do salão ainda mais empolgada, chego em casa arrependida.
Nesta hora eu maldigo todos os cabeleireiros do mundo (“morte aos cabeleireiros!”, eu grito).
(muitos) Dias depois eu estou amando.
Aí eu dou o braço a torcer, digo que meu viado sabe mesmo das coisas. E volto sempre para ele.
Não adianta, é o meu processo, tenho que passar por ele.
Porque sim, sou apegada aos meus cabelos, sempre ouvi minha mãe dizendo que é a moldura da mulher.
E olha que meu viado adora cabelão, sabe que fica bem em mim, e quando diz que atrás só vai tirar um dedinho ele só tira um dedinho mesmo. Ele respeita.

E é por conta desse sofrimento que passo toda vez que corto os cabelos que eu só corto de verdade uma vez por ano. Nas outras vezes é de mentirinha, minha mãe corta as pontinhas (às vezes eu mesma faço isto).

Pois então este é o meu último mês de cabelão, vou aproveitar bastante que meu cabelo está lindo (mas se está lindo, para quê mudar?) e depois curtir uma versão cabelos médios (curtos nunca mais).

(Se daqui para lá eu não mudar de idéia)

Ah, falar de cabelos com mulheres... cada uma tem mil histórias para contar, depois conto as minhas.