Às vezes eu entro num restaurante e vejo uma pessoa que com certeza tem peso de três dígitos devorando uma coisa hipercalórica qualquer do cardápio, e fico pensando como é que ela está fazendo isso com a vida dela... Como no domingo, quando vi um cara imenso devorando um sundae duplo da McDonald´s, coisa que há muito tempo eu não me dou ao luxo de fazer.
Então percebo que as pessoas recriminam sim, mesmo que não expressem, os gordinhos. Não deveria incomodar ninguém o que o outro – desconhecido – faz com o próprio corpo. Mas incomoda. E eles – os gordinhos – também se sentem incomodados. Vide o sucesso de público das cirurgias de redução do estômago. Eu, por exemplo, já perdi as contas das pessoas que conheço que se submeteram a essa cirurgia. Alguns eu achava que precisavam, outros não, só precisavam caminhar uns trinta minutos todos os dias, mas ficaram acomodados e buscaram a solução mais fácil.
Longe de mim dizer que é fácil emagrecer. Sei que não é. Mas essa cirurgia veio para comprovar que o problema é mesmo a quantidade de comida ingerida. Porque muitos gordos botam a culpa no metabolismo e fingem que só comem folha de alface e mesmo assim engordam, mas na verdade se entopem de comida.
As pessoas (eu me incluo aí) comem demais e se enganam. É como em “Você é o que você come”, aquele programa que mostra invariavelmente um obeso devorador de doces/hambúrgueres/frituras/álcool, que depois de tomar um choque ao ver tudo o que come em uma semana reunido numa mesa e saber que está fadado à morte prematura, resolve mudar radicalmente a alimentação seguindo um programa de 8 semanas amparado pela personal dieter Gillian McKeith – uma bruxa simpática obcecada por cocô humano. Eu me divirto assistindo, e a chamei de bruxa porque muitas vezes ela pega pesado, levando o escolhido às lágrimas para que entenda a gravidade da situação. Algumas vezes tomo as dores do gordinho obrigado a comer aquele mundaréu de grãos, legumes e folhas e penso "mas nem uma carninha?"
No final o gordinho está sempre bem disposto, muitos quilos mais magro e com uma pele de bebê, prometendo que vai continuar o programa alimentar e jamais voltará a comer como antes.
A minha mãe diz que se você é o que você come, então ela é gostosa, porque ela só quer comer comida gostosa! Tem razão, mas tudo era mais fácil quando restaurante não era programa de todo dia e a humanidade precisava de mais do que apertar um botão com o dedinho para fazer quase tudo...
Lembra daquele tempo que na sua casa entrava maionese e toucinho e você só usava açúcar e não adoçante e mesmo assim todos eram magros e saudáveis? Saudades...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário